Convenhamos, comprar um carro não é como comprar uma roupa. Se, por impulso, compramos algumas peças de vestuário a mais e quando chegamos em casa elas perdem aquela beleza indescritível que tinham na vitrine, simplesmente as colocamos no fundo da gaveta do armário e caso encerrado. Quando muito, voltamos a loja para trocar.
Pois é, você conhece alguém que comprou um carro e, ao final do primeiro dia de uso, chegou a conclusão que aquele não era o veículo ideal e voltou à concessionária para trocá-lo? Aposto que não.
Quando estamos falando da compra de um carro, estamos falando em milhares de reais que irão sair da sua conta. Na certa, você quer tomar a melhor decisão de compra.
Imagine esta cena: você acaba de escolher o carro desejado na concessionária e o vendedor o(a) convida para simular um financiamento. Número de parcelas a pagar, desvalorização do carro por determinado tempo, CDC ou leasing..... Você terá de analisar todas as variáveis e decidir pela melhor opção para você e para o seu bolso.
Neste artigo, saiba tudo sobre financiamentos de automóveis no Brasil
Montadoras e marcas no Brasil
O mercado brasileiro de automóveis pode ser dividido em duas fases distintas. A primeira, com início na década de 1950, é caracterizada pelo incentivo a entrada de montadoras de automóveis no País, através de medidas econômicas e de infra-estrutura promovidas pelo governo. A segunda fase se deu em meados da década de 90 e foi marcada por um boom no setor, ocasionado sobretudo pela abertura do mercado nacional para empresas estrangeiras. E foi justamente nesta fase que novas montadoras aportaram por aqui, ampliando substancialmente a oferta e a variedade de carros disponíveis para compra.
Atualmente, o setor é composto por nove delas, todas subsidiárias de multinacionais. Deste total, quatro estão instaladas em território nacional há várias décadas: Ford, Fiat, Volkswagen e General Motors (GM). São as chamadas montadoras veteranas. Após a abertura de mercado da década de 90, mais cinco montadoras iniciaram operações em território brasileiro. São elas Renault, PSA Peugeot Citröen, Toyota, Honda e Daimler Chrysler. Os componentes deste grupo são chamados de “montadoras entrantes”.
Mas não confunda: marca e montadora são coisas absolutamente diferentes. Marca é o produto e montadora é o nome da empresa que produz tal produto. Por exemplo, os carros da marca Chevrolet são produzidos pela montadora General Motors.
Em alguns casos, a montadora tem o mesmo nome que sua a marca de veículos, como a montadora Volkswagen, cuja marca dos veículos também chama-se Volkswagen.
E mais, uma montadora pode ser dona de mais de uma marca de veículos. Podemos citar a montadora Fiat, que é proprietária das marcas Fiat, Alfa Romeo e Ferrari. Portanto, o número de marcas de veículos é sempre maior do que o número de montadoras.
CDC ou leasing
Hoje em dia no Brasil, está muito fácil comprar um automóvel, as taxas de juros são menores que as praticadas num passado recente e a maioria dos bancos oferece condições de parcelamento bastante atraentes. Alguns deles chegam a oferecer
parcelamentos em até 84 vezes (inacreditáveis 7 anos!), sem exigir qualquer tipo de entrada. Essa aparente vantagem embute, no entanto, um gasto muito maior do que o valor real do carro, decorrente da cobrança de
juros. Mas lembre-se: não deixe esta conta comprometer todo seu
orçamento doméstico.
Públicos específicos
A grande maioria das montadoras e concessionárias em operação no Brasil têm políticas de venda específicas para frotistas, taxistas, setor público e portadores de necessidades especiais. Estas políticas vão desde descontos e benefícios fiscais à facilidade de pagamento. Se é o seu caso, informe-se diretamente nas concessionárias. |
Para contrair um financiamento, você tem basicamente duas opções: adquiri-lo no banco aonde você é correntista ou diretamente na concessionária. A vantagem das concessionárias é que, na maioria dos casos, elas trabalham com diversos bancos e possuem uma ampla gama de possibilidades de financiamento.
São duas as principais categorias de financiamento para compra de um carro: o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e o Leasing (arrendamento mercantil).
O leasing é o mais utilizado por empresas que optam pela apuração de lucro real e não presumido. Isto porque o leasing de um veículo é incluído no balanço contábil como despesa, e não como ativo imobilizado. No caso das
micro e pequenas empresas,
principalmente as que optam pelo
Super Simples, não está previsto este tipo de vantagem.
Além disso, a
taxa de juros no Leasing será sempre menor do que a do CDC. Por exemplo: em um financiamento de R$ 28.000,00 em 60 vezes. Pelo leasing, as parcelas sairão por R$ 717,60, enquanto pelo CDC, o valor das mesmas sobe para R$ 745,34.
Entretanto, a desvantagem deste plano de financiamento é que o CRV (Certificado de Registro do Veículo), que é o documento que comprova quem é o proprietário do carro e que permite sua venda ou transferência, sai com o nome do banco financiador e não o seu. Em muitos casos, você sequer receberá este documento antes que o veículo seja totalmente quitado, receberá apenas o CRVL (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) em nome do banco financiador para poder circular.
O leasing ainda apresenta outra desvantagem: se você decidir por antecipar algumas parcelas do financiamento, os juros não recorrentes ao período antecipado não são eliminados. Já no CDC, os juros são excluídos das parcelas antecipadas, reduzindo seu valor.
Portanto, se você está pensando em parcelar a compra do seu carro, seja ele usado ou novo, a modalidade de financiamento mais indicada é o CDC. Fique atento a este detalhe.
Montadoras e marcas no BrasilMontadoras em atividade no Brasil - Ford, Fiat, Volkswagen, General Motors, Renault, PSA Peugeot Citröen, Toyota, Honda e Daimler Chrysler. Principais marcas no Brasil - Chevrolet, Citröen, Fiat, Ford, Honda, Mitsubishi, Peugeot, Renault, Toyota, Volkswagen, Alfa Romeo, Audi, BMW, Chrysler, Ferrari, Hundai, Jeep, Kia, Land Rover, Lexus, Mercedes-Benz e Nissan. |
Novo ou usado
Convenhamos, em termos de investimento comprar um carro não é o melhor negócio do mundo. Afinal de contas, o rendimento sobre o dinheiro aplicado é negativo, ou seja, a grana que você investiu diminui com o tempo. Exatamente o contrário do que outras aplicações (como por exemplo a poupança ou a
previdência privada, que rendem durante um determinado tempo).
Se pensarmos na aquisição de um carro única e exclusivamente nestes termos, nunca tomaríamos a decisão de compra. Por isso, temos que levar em consideração também o uso que iremos fazer deste bem.
Uma das grandes polêmicas acerca da escolha do carro novo ou usado é a questão da desvalorização. Isto porque no primeiro ano de uso, o percentual de desvalorização do carro novo é de cerca de 20%, enquanto nos anos subseqüentes a média de desvalorização é de 5%, de acordo com especialistas do mercado brasileiros ouvidos pelo HowStuffWorks Brasil.
Por exemplo, se você comprou um carro novo pelo valor de R$ 30 mil, no ano seguinte você obterá cerca de R$ 24 mil na venda. Entretanto, se este carro fosse usado ou semi-novo, você teria conseguido um preço de venda na faixa dos R$ 28 mil. Uma bela diferença, não?
Por outro lado, gastos com manutenção em carros novos tendem a ser bastante inferiores do que em carros usados. Isto porque toda sua mecânica e eletrônica está nova, já que ele nunca foi usado.
Os carros novos têm também a vantagem de serem tecnologicamente mais avançados, trazendo benefícios aos usuários. Por exemplo, os carros de hoje em dia são muito mais econômicos e menos poluentes do que os de antigamente.
Sem contar a sensação deliciosa de ser o primeiro dono do carro, de tirar o plástico dos bancos, de ser o primeiro a dirigi-lo, aquele cheirinho de novo..... isto o carro usado nunca poderá oferecer.
Mas para comprar seu carro, você deve analisar qual a melhor maneira de financiá-lo.
obs. informaçoes extraidas do site howstuffworks.